Rui Neves
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O grupo Regojo, conhecido por explorar em Portugal marcas como a Massimo Dutti, Friday’s Project ou Wesley, lança amanhã em Braga a primeira pedra de um projecto que promete revolucionar o comércio de rua em Portugal e que pretende replicar noutras capitais de distrito do País.
Em pleno centro histórico da cidade dos arcebispos, ocupando um quarteirão inteiro na sua mais conhecida e comercial artéria, desde o edifício dos antigos CTT até ao Palácio do Raio, vai surgir o empreendimento “Liberdade Street Fashion”.
Com uma localização privilegiada na Avenida da Liberdade, trata-se de um projecto com 12 mil metros de área de construção para escritórios, serviços e espaços comerciais, contemplando ainda uma área residencial de luxo próxima dos quatro mil metros quadrados, e ainda achados arqueológicos. Inovador é o conceito subjacente à componente comercial do empreendimento, que se diferencia, entre outros aspectos, pelo facto de que todas as suas 25 lojas irão ter fachadas para a rua e ter uma gestão integrada à semelhança de um centro comercial tradicional.
O complexo terá também um espaço para serviços e outro para um restaurante.
Da autoria do arquitecto Gonçalo Byrne, e com conclusão prevista para o final do próximo ano, o projecto contempla ainda um parque de estacionamento subterrâneo com capacidade para três centenas de automóveis.
O empreendimento “Liberdade Street Fashion” irá beneficiar do prolongamento do túnel da Avenida da Liberdade, o qual vai dar acesso ao futuro complexo. Em contrapartida, o grupo Regojo comprometeu-se com a autarquia local a custear integralmente o investimento que esta alteração venha a requerer, num valor que está orçado em cerca de 600 mil euros.
Apesar do silêncio do grupo promotor, que pretende deixar para a amanhã a apresentação integral do projecto, o Negócios sabe que o investimento total da família Regojo no empreendimento “Liberdade Street Fashion” deverá aproximar-se dos 40 milhões de euros. Os primeiros 7,5 milhões de euros foram aplicados na compra do quarteirão, há cerca de dois anos, ao grupo PT.
A operação incluiu o chamado Palácio dos CTT (a empresa era inquilina mas desocupou o imóvel na sequência deste negócio), duas propriedades já existentes e um terreno contíguo. Acrescem os mais de 30 milhões de euros a investir agora no projecto.
Última nota: entre habitações de luxo, escritórios e espaços “fashion”, haverá ainda no futuro complexo uma área integralmente ocupada por dois conjuntos arqueológicos romanos, de “indiscutível valor intrínseco, científico e histórico”.